A Volkswagen anunciou, nesta terça-feira (30), o desligamento de 548 empregados em diferentes países como parte de uma estratégia de tolerância zero a condutas irregulares dentro da companhia.
Quase dez anos após o escândalo do Dieselgate — revelado em 2015 e que envolveu 11 milhões de veículos —, a montadora busca provar ao mercado que implementou mudanças estruturais para evitar novos casos de fraude. O caso custou à empresa mais de 33 bilhões de euros (cerca de R$ 186 bilhões) em multas e indenizações.
Condenações recentes na Alemanha
Em maio deste ano, quatro ex-executivos foram condenados criminalmente pelo envolvimento na manipulação de emissões. O ex-diretor de motores Jens Hadler recebeu pena de quatro anos e meio; os outros três réus tiveram sentenças menores ou suspensas. Documentos judiciais revelaram que o esquema era conhecido desde 2007, indicando prática institucionalizada.
Medidas internas de controle
Pela primeira vez, a Volkswagen divulgou números sobre advertências internas: somente em 2025, mais de 2.000 funcionários foram advertidos por faltas injustificadas. A divulgação, classificada pela própria montadora como “pedagógica”, visa mostrar reforço da disciplina corporativa.
A empresa também enfrenta processos de ex-colaboradores ligados ao Dieselgate. Mais de 30 pessoas, inclusive o ex-CEO Martin Winterkorn, aguardam julgamento.

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Reestruturação e novo foco
Enquanto tenta reconstruir sua reputação e acelerar a eletrificação da frota, a Volkswagen mantém um plano de corte de custos que prevê a eliminação de 35.000 postos de trabalho até 2030.
Com a demissão em massa anunciada agora, a fabricante pretende comprovar que qualquer violação às normas internas — mesmo faltas consideradas “brandas” — não será mais tolerada em sua nova cultura corporativa.
Com informações de iG Carros