O setor automotivo está passando por um momento de grandes desafios e transformações. Recentemente, surgiram preocupações significativas envolvendo grandes nomes da indústria, como a Stellantis e a Chevrolet, além de movimentações estratégicas da Anfavea. Este artigo explora as crises enfrentadas por essas empresas e as ações tomadas para enfrentar a concorrência crescente, especialmente das montadoras chinesas.
Stellantis: Desafios e Riscos de Fechamento de Fábricas
A Stellantis, um dos maiores conglomerados automotivos do mundo, está enfrentando uma crise significativa, com uma queda de 70% nos lucros e projeções cautelosas para 2025. A empresa, que abriga marcas como Jeep, Peugeot e Fiat, está lutando para reorganizar suas operações e lidar com contas no vermelho. A saída repentina de Carlos Tavares, antigo CEO, deixou a empresa em busca de uma nova liderança para enfrentar esses desafios.
O mercado europeu e americano tem sido particularmente desafiador para a Stellantis, com estoques lotados e uma demanda fraca por novos veículos. A concorrência acirrada das montadoras chinesas, como a BYD, que estão adotando estratégias de marketing agressivas, tem pressionado ainda mais a Stellantis. A empresa está tentando reduzir custos e compartilhar projetos, mas enfrenta dificuldades em manter sua competitividade.
Chevrolet: Quebra ou Reestruturação?
No Brasil, a Chevrolet anunciou a suspensão temporária da fabricação do modelo Ônix, um dos carros mais vendidos no país. A planta de Gravataí, responsável pela produção do Ônix, passará por um período de paralisação para reestruturação, visando a adaptação para a produção de um novo modelo do Ônix, mais alinhado com as tendências de mercado que favorecem SUVs e crossovers.
Essa suspensão não significa que a Chevrolet está quebrando, mas sim que está se adaptando às mudanças do mercado. A empresa já negociou com o sindicato dos metalúrgicos uma suspensão temporária dos contratos de trabalho, conhecida como layoff, que pode durar de 2 a 5 meses, prorrogáveis por mais 5 meses. A expectativa é que a reestruturação permita à Chevrolet lançar um novo Ônix no final de 2025 ou início de 2026.

Anfavea: Super Taxação e Concorrência Chinesa
A Anfavea, associação que representa as montadoras no Brasil, está pressionando o governo por uma super taxação sobre os veículos chineses. A preocupação da Anfavea é com o aumento das importações de veículos da China, que já somam mais de 40.000 unidades em estoque no país. A chegada de um navio carregado de peças pela BYD, aumentando seu estoque em mais de 200%, intensificou ainda mais essa preocupação.
Atualmente, a BYD paga 15% de imposto, com previsão de aumento para 18%, mas a Anfavea está buscando que essa taxa chegue a 35% até julho de 2026. A estratégia é tentar equilibrar a competitividade no mercado brasileiro, onde as montadoras chinesas têm ganhado espaço com preços agressivos e pacotes de equipamentos atraentes.
Conclusão
O setor automotivo está em um momento de transição, com grandes desafios para empresas estabelecidas como a Stellantis e a Chevrolet. Enquanto a Stellantis enfrenta dificuldades na Europa e nos Estados Unidos, a Chevrolet está se reestruturando no Brasil para se adaptar às novas demandas do mercado. A Anfavea, por sua vez, busca medidas para proteger a indústria nacional da crescente concorrência chinesa. O futuro dessas empresas dependerá de sua capacidade de inovar e se adaptar a um mercado em constante evolução.