O Bonde Urbano Digital (BUD) foi visto circulando pela primeira vez na madrugada desta sexta-feira (28) entre Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O veículo elétrico sobre pneus utiliza sensores magnéticos instalados no asfalto para seguir um “trilho” virtual e integra o projeto que avalia um novo modelo de transporte público no Paraná.
Segundo o governo estadual, o trajeto de 10 quilômetros recebeu intervenções no pavimento e adaptações nos terminais. O investimento nesta fase soma aproximadamente R$ 6 milhões, e a operação experimental está prevista para começar até novembro. Durante os testes, os ônibus convencionais continuarão atendendo os cerca de 10 mil passageiros da linha.
Como funciona o BUD
Fabricado pela chinesa CRRC Nanjing Puzhen, o BUD combina características de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) com a dinâmica dos corredores BRT, dispensando trilhos metálicos. São três módulos articulados, totalizando 30 metros de comprimento, com ar-condicionado, operação bidirecional e capacidade para até 280 passageiros.
A velocidade máxima declarada é de 70 km/h, superior aos 60 km/h dos ônibus do sistema. Equipado com radares, câmeras e sistemas de proteção eletrônica, o bonde pode operar de forma autônoma em trechos segregados; porém, no Paraná, estará sempre acompanhado por motoristas treinados. A vida útil estimada é de 30 anos.
Infraestrutura e energia
A Avenida Ayrton Senna da Silva e a Rodovia João Leopoldo Jacomel receberam as faixas magnéticas que orientam o veículo. No Terminal São Roque, em Piraquara, foi instalada uma garagem para manutenção, recarga e monitoramento.
O sistema utiliza baterias de íons de lítio de 600 kWh alimentadas por pantógrafos aéreos. Paradas de cerca de 30 segundos garantem autonomia de três a cinco quilômetros. De acordo com o governo, o custo de implantação é até três vezes menor que o de um VLT tradicional e provoca menos desgaste no asfalto por conta da carga por eixo inferior à de ônibus elétricos comuns.

Imagem: Internet
Referências e próximos passos
Experiências semelhantes operam na China, na Austrália e em Campeche, no México, onde cinco unidades percorrem rotas de 15 km há oito meses, sendo parte delas em modo automático. No Paraná, o BUD chegou desmontado; a montagem ocorre no próprio terminal, enquanto a instalação dos ímãs restantes ainda deve levar algumas semanas.
Após a conclusão dessa etapa, começam os testes integrados com a infraestrutura viária e elétrica. A tarifa permanecerá igual à cobrada nos ônibus tradicionais, atualmente fixada em R$ 5,50.
Com informações de Carros iG