O Jeep Renegade é um veículo que desperta opiniões diversas no mercado automobilístico brasileiro. Com quase uma década de presença nas estradas do país, o modelo tem sido alvo de críticas e elogios, sendo frequentemente descrito como manco, beberrão e apertado. No entanto, após receber atualizações significativas, incluindo novos motores, equipamentos e melhorias no acabamento, surge a questão: será que o Renegade merece essa fama ou se destaca como um dos melhores SUVs para viajar? Este artigo busca desvendar essa questão após uma experiência de 1400 km em dois dias com o Renegade Longitude t270.
Desempenho do Renegade na Estrada
O Renegade t270, equipado com um motor turbo versátil, mostra-se presente e decisivo em faixas de rotação superiores a 2000 giros. A programação do câmbio e do acelerador favorece essa faixa, proporcionando uma resposta ágil e robusta, essencial para ultrapassagens e subidas. A presença de uma turbina de tamanho considerável sugere um comportamento equilibrado, tanto em baixas quanto em altas rotações, o que é confirmado pela experiência na estrada. Portanto, o rótulo de “manco” parece não se aplicar mais ao Renegade, especialmente após as atualizações recebidas.
Consumo de Combustível
Quando se trata de consumo, o Renegade ainda carrega o estigma de “beberrão”. Com um consumo elevado, mesmo em condições de condução moderada, o veículo demonstra que a eficiência de combustível não é um de seus pontos fortes. Durante o teste, o consumo variou entre 13 e 16 km/l com gasolina, dependendo da velocidade e das condições de carga. Embora justificável devido às características do veículo, como peso e aerodinâmica, o consumo do Renegade permanece acima da média de seus concorrentes diretos.
Conforto e Ergonomia
O conforto é um aspecto que o Renegade Longitude t270 atende bem, especialmente para os ocupantes da frente. Com bancos que oferecem bom apoio e uma série de recursos de comodidade, como carregamento sem fio refrigerado e uma central multimídia eficiente, o modelo proporciona uma experiência agradável em viagens longas. No entanto, a ergonomia não é perfeita, com pontos como o volante descentralizado e um apoio de cabeça que pode ser incômodo para alguns usuários.
Espaço Interno e Porta-Malas
O espaço interno do Renegade, especialmente na parte traseira e no porta-malas, é um dos pontos que mais recebe críticas. Com um dos menores espaços para os joelhos e um porta-malas que não é dos mais amplos, o Renegade pode não ser a melhor opção para famílias grandes ou para quem necessita transportar muita bagagem. Apesar das melhorias feitas para otimizar o espaço, o modelo ainda é considerado “apertado” em comparação com alguns de seus concorrentes.
Segurança na Estrada
Em termos de segurança, o Renegade mostra-se competente. Com uma boa estrutura e equipado com itens como seis airbags, assistente de permanência em faixa e leitor de placas de velocidade, o veículo oferece proteção e assistência ao condutor. A suspensão bem acertada e os freios eficientes contribuem para um comportamento seguro e previsível, mesmo em situações de emergência ou em estradas desafiadoras.
Conclusão
Após uma análise detalhada e uma experiência prática, o Jeep Renegade Longitude t270 demonstra ser um veículo que evoluiu significativamente ao longo dos anos. Embora ainda possa ser considerado “beberrão” devido ao seu consumo de combustível, o rótulo de “manco” e “apertado” parece não se sustentar mais, especialmente após as atualizações que melhoraram seu desempenho e conforto. Para casais sem filhos ou famílias pequenas que valorizam a robustez e a segurança em viagens, o Renegade pode ser, de fato, um dos melhores SUVs para viajar. Contudo, para aqueles que precisam de mais espaço e eficiência de combustível, pode ser necessário considerar outras opções no mercado.