A Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA) iniciou, na terça-feira (16), uma investigação sobre 174.290 unidades do Tesla Model Y produzidas em 2021. O inquérito foi aberto após nove relatos de crianças que permaneceram presas dentro do veículo porque as maçanetas eletrônicas não destravaram depois de colisões.
Risco de impossibilidade de resgate
Segundo a agência, o defeito pode impedir a abertura das portas em situações de emergência. Pais relataram que não conseguiram liberar as portas traseiras para retirar os filhos, pois o sistema elétrico travou as maçanetas no momento do acidente. Embora exista um destravamento manual interno, crianças, idosos e pessoas com deficiência muitas vezes não conseguem acioná-lo, e o modelo não oferece alternativa mecânica pelo lado de fora.
A NHTSA destacou que a falha se torna crítica em ocorrências como incêndio ou superaquecimento da cabine, nas quais segundos podem ser decisivos para a sobrevivência. A ausência de uma maçaneta externa convencional também dificulta o trabalho de equipes de resgate.
Possível ampliação do inquérito
Por enquanto, a análise se limita aos Model Y fabricados em 2021, mas a agência não descarta incluir outros veículos da Tesla caso identifique problemas semelhantes. Desde 2023, mais de 2,4 milhões de automóveis da marca já estão sob algum tipo de apuração regulatória nos Estados Unidos.
Os investigadores examinam, ainda, como a Tesla alimenta as travas das portas e a confiabilidade dos sistemas de backup de energia. A mesma tecnologia é padrão em todos os modelos da montadora vendidos no mercado norte-americano, enquanto autoridades de trânsito na China e na União Europeia discutem restrições semelhantes.
Novo comando na NHTSA
O inquérito ocorre em meio a mudanças na agência. Na quinta-feira (18), o Senado norte-americano confirmou Jonathan Morrison como diretor da NHTSA, função que estava vaga havia três anos. Ele passará a conduzir investigações que envolvem cerca de 2,4 milhões de veículos da Tesla, incluindo casos de atraso na comunicação de acidentes e falhas no sistema de direção autônoma.

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O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que a prioridade do governo é acelerar a regulação de veículos autônomos sem comprometer a segurança pública. Já a Alliance for Automotive Innovation, que reúne grandes montadoras, apoia regras mais rígidas, desde que não impeçam a inovação tecnológica.
A Tesla ainda não se manifestou sobre a investigação, que pode resultar em recall e deve se estender pelos próximos meses.
Com informações de IG Carros