A Jaguar Land Rover (JLR) confirmou, em Londres, que a paralisação iniciada no começo de setembro será prolongada até 1º de outubro em consequência de um ataque cibernético que afetou seus sistemas de produção.
A medida atinge três unidades no Reino Unido, responsáveis por cerca de 1.000 veículos por dia, e deixa 33 mil funcionários diretos fora da linha de montagem, muitos já orientados a permanecer em casa.
De acordo com estimativas citadas pela agência Reuters, a montadora controlada pela Tata Motors perde aproximadamente 50 milhões de libras esterlinas por semana, o equivalente a R$ 345 milhões na cotação atual.
Pressão sobre a cadeia produtiva
Além dos empregados diretos, mais de 100 mil postos de trabalho indiretos ligados a fornecedores sentem o impacto da interrupção. Pequenas empresas de autopeças relatam dificuldades para manter operações e fluxo de caixa enquanto aguardam a retomada.
O sindicato Unite pediu ao governo britânico apoio urgente para preservar empregos, alertando para o risco de demissões caso a paralisação se estenda.
Efeitos na economia
Levantamento da S&P Global mostrou queda na produção industrial do Reino Unido em setembro. Diversas fábricas apontaram a parada da JLR como um dos motivos para a retração.
Analistas ressaltam que a montadora não conta com seguro específico para incidentes cibernéticos, o que pode elevar os custos de recuperação e prolongar o impacto financeiro.

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Ações do governo
O ministro de Negócios, Peter Kyle, visitou as instalações da empresa nesta terça-feira (23) para discutir alternativas de suporte à cadeia de suprimentos. Já o ministro da Indústria, Chris McDonald, afirmou que as prioridades são recolocar a JLR em operação “o mais rápido possível” e garantir a saúde de longo prazo dos fornecedores.
Mesmo diante do episódio, o governo mantém a política de proibir órgãos públicos e setores considerados críticos de pagar resgates exigidos em ataques de ransomware.
Crescente ameaça digital
O incidente com a Jaguar Land Rover se soma a outras ofensivas cibernéticas de alto impacto registradas recentemente na Europa, incluindo interrupções em aeroportos. Dados oficiais indicam que mais de 40% das empresas britânicas sofreram algum tipo de violação de dados nos últimos 12 meses, com grupos criminosos mirando companhias de grande porte em busca de pagamentos elevados e notoriedade.
Com informações de IG Carros