A discussão sobre a utilização de radares de velocidade, popularmente conhecidos como “Pardais”, tem gerado debates acalorados em diversas cidades do Brasil. Enquanto muitos defendem sua eficácia na redução de acidentes e controle de velocidade, outros os veem como parte de uma “indústria da multa”, cujo objetivo principal seria arrecadar dinheiro dos motoristas. Recentemente, a decisão do novo prefeito de María, no interior de São Paulo, de eliminar todos os 18 radares da cidade, reacendeu essa discussão, levantando questões sobre segurança e responsabilidade.
Indústria da Multa: Mito ou Realidade?
A expressão “indústria da multa” é frequentemente utilizada para criticar a instalação de radares de velocidade em locais estratégicos, sugerindo que o objetivo principal seria a arrecadação de multas, e não a segurança dos cidadãos. No entanto, é importante destacar que muitos desses dispositivos são instalados após estudos técnicos que visam identificar pontos críticos onde a redução de velocidade pode efetivamente diminuir o número de acidentes e salvar vidas. Portanto, a questão que se coloca é: estamos diante de uma verdadeira indústria da multa ou de uma medida necessária para garantir a segurança nas vias?
A Decisão Polêmica do Prefeito de María
A atitude do novo prefeito de María, ao eliminar todos os radares da cidade e cortar o cabo de energia de um deles em um ato simbólico, gerou controvérsia. Para ele, ações educativas seriam mais eficazes no controle da velocidade do que os radares. Essa decisão levanta uma série de questões sobre a responsabilidade do poder público em garantir a segurança no trânsito. Será que a remoção dos radares, sem a implementação de medidas alternativas eficazes, não coloca em risco a vida dos cidadãos?
Educação no Trânsito: Uma Alternativa Viável?
A educação no trânsito é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa para a conscientização dos motoristas e a promoção de um comportamento mais seguro nas vias. No entanto, a eficácia de ações educativas isoladas, sem o apoio de medidas de fiscalização, é questionável. Estudos mostram que a combinação de educação e fiscalização é a estratégia mais eficaz para a redução de acidentes. Portanto, a substituição completa dos radares por ações educativas pode ser vista como uma medida irresponsável, caso não seja acompanhada de um plano robusto de conscientização e monitoramento.

Responsabilidade e Segurança no Trânsito
A responsabilidade pela segurança no trânsito é compartilhada entre o poder público e os cidadãos. Enquanto cabe ao governo implementar políticas e medidas que garantam a segurança nas vias, os motoristas têm o dever de respeitar as leis de trânsito e dirigir de forma consciente. A remoção dos radares em María levanta preocupações sobre a capacidade do município de garantir a segurança dos seus habitantes sem esses dispositivos de fiscalização. A responsabilidade do prefeito, nesse contexto, é garantir que a segurança não seja comprometida em nome de uma suposta “indústria da multa”.
Conclusão
O debate sobre a utilização de radares de velocidade é complexo e envolve questões de segurança, responsabilidade e arrecadação. A decisão do prefeito de María de eliminar os radares da cidade pode ser vista como um ato de coragem ou irresponsabilidade, dependendo do ponto de vista. O que é certo é que a segurança no trânsito deve ser uma prioridade, e qualquer medida que a comprometa deve ser cuidadosamente avaliada. A combinação de educação e fiscalização continua sendo a abordagem mais eficaz para garantir a segurança nas vias e proteger a vida dos cidadãos.