Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2010, o Fiat Mio destacou-se por adotar um processo de desenvolvimento aberto ao público. A fabricante italiana convidou consumidores de todo o mundo a participar da criação do veículo, reunindo mais de 17 mil colaboradores de 160 países em uma plataforma online.
Participação global
Durante meses, os participantes puderam sugerir e discutir itens de design, tecnologia, conforto, impacto ambiental e mobilidade urbana. Quase 12 mil ideias foram avaliadas pela equipe do Fiat Stile Center, em Betim (MG), onde engenheiros, designers e especialistas em inovação deram forma ao protótipo.
Resultado das contribuições
O conceito final recebeu carroceria em fibra de carbono, quatro motores elétricos independentes e interior focado em sustentabilidade. A plataforma usada pela montadora operava sob licença Creative Commons, permitindo que todo o conteúdo fosse compartilhado livremente — prática considerada incomum no setor automotivo à época.
Antecipação de tendências
Sugestões como integração entre carro e smartphone, telas sensíveis ao toque e monitoramento remoto apareceram anos depois em sistemas como Android Auto e Apple CarPlay, hoje presentes na linha da marca. Elementos de design, especialmente os faróis em LED e a dianteira dividida, influenciaram modelos posteriores, como a picape Fiat Toro lançada em 2016.
Imagem: Internet
Legado
Embora nunca tenha sido produzido em série, o Fiat Mio serviu como plataforma de testes para materiais recicláveis, soluções elétricas e novas arquiteturas modulares. O projeto, lembrado pelo atual vice-presidente de Design da Stellantis na América do Sul, Peter Fassbender, permanece no acervo histórico da montadora como um dos primeiros exercícios de coautoria no setor automotivo global.
Com informações de iG Carros