A Ferrari apresentou nesta quinta-feira (09), em Maranello, o conjunto estrutural que dará origem ao seu primeiro veículo totalmente elétrico, previsto para chegar ao mercado em 2026. O projeto, batizado de Elettrica, inclui chassi, subchassi traseiro e eixos motrizes já prontos para produção.
Arquitetura e materiais
Construído com 75% de alumínio reciclado, o chassi integra o pacote de baterias de 122 kWh ao assoalho, solução que concentra 85% da massa na parte inferior, reduzindo o centro de gravidade e aumentando a rigidez. Segundo a fabricante, essa escolha corta até 6,7 toneladas de emissões de CO₂ por unidade durante a fabricação.
Pela primeira vez, a marca utiliza um subchassi traseiro elástico separado, descrito como a maior peça fundida oca já produzida em Maranello. A estrutura foi concebida para minimizar ruídos e vibrações transmitidos à cabine e facilitar a manutenção de suspensão, eixo e bateria.
Sistema de suspensão
O Elettrica adota suspensão ativa de 48 volts, evolução do sistema introduzido no Purosangue. O centro de gravidade fica 80 mm mais baixo em comparação com um modelo a combustão equivalente, prometendo menor rolagem da carroceria e maior conforto.
Motorização e desempenho
Quatro motores síncronos de ímã permanente com rotores Halbach, tecnologia derivada da Fórmula 1, compõem o trem de força. O eixo dianteiro entrega 210 kW e pode ser desacoplado em velocidade de cruzeiro para priorizar tração traseira. Já o eixo traseiro alcança 620 kW. A eficiência declarada é de 93% em potência máxima.
Com potência combinada superior a 1.000 cv, o esportivo acelera de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos e atinge 310 km/h. Pneus desenvolvidos especificamente para o modelo reduzem em 15% a resistência ao rolamento sem comprometer a aderência em piso seco ou molhado.

Imagem: Internet
Bateria e modos de condução
Produzida em Maranello, a bateria opera em 800 volts e apresenta densidade de 195 Wh/kg nos módulos e mais de 305 Wh/kg nas células. O arranjo de 15 módulos distribui o peso em 47% na dianteira e 53% na traseira, garantindo autonomia superior a 530 km.
Três modos energéticos — Range, Tour e Performance — são selecionados pelo eManettino. Outro seletor, o Manettino, regula os sistemas dinâmicos e introduz o novo modo Dry para uso cotidiano. O som do veículo é gerado por sensores que captam vibrações do conjunto traseiro e as amplificam conforme o modo de condução, privilegiando silêncio em cruzeiro e “presença” sob aceleração.
Próximos passos
A Ferrari planeja divulgar o interior do Elettrica no início de 2026 e lançar o modelo completo na primavera europeia do mesmo ano. O elétrico será incorporado à linha atual, complementando — e não substituindo imediatamente — os carros híbridos e a combustão da marca.
Com informações de IG Carros