A indústria automotiva chinesa enfrenta um excedente de veículos elétricos que vem comprimindo preços e levando montadoras locais a operarem no vermelho. O cenário levou o presidente Xi Jinping a pedir, recentemente, que as empresas suspendam cortes adicionais de preços e moderem o ritmo de produção, numa tentativa de proteger o crescimento econômico.
Produção acima da demanda
Subsídios e políticas públicas transformaram a China na maior fabricante mundial de carros elétricos. Contudo, a produção supera a capacidade de absorção do próprio mercado, forçando descontos agressivos: modelos da Audi fabricados no país são anunciados com 50% de abatimento, enquanto um utilitário esportivo da FAW é vendido por cerca de US$ 22.300 (R$ 119.000), valor 60% menor que o preço de tabela.
Pressão sobre o lucro
Análise da Reuters indica que, diante de metas de produção orientadas por políticas governamentais, o lucro tornou-se praticamente inalcançável para a maioria das montadoras chinesas. Pesquisa do setor divulgada no mês passado mostra que grande parte das concessionárias também não consegue operar no azul devido ao estoque elevado.
Reação do governo
Em resposta às críticas de Xi Jinping, órgãos estatais prometeram reduzir a oferta de veículos, informou a Hutong Research, consultoria com sedes em Pequim e Xangai. O presidente aproveitou para alertar governos provinciais sobre investimentos considerados imprudentes em inteligência artificial, poder computacional e veículos de nova energia.

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A possível crise preocupa porque a cadeia automotiva e serviços relacionados representam cerca de 10% do Produto Interno Bruto chinês. Especialistas temem que a continuidade dos descontos corroa margens e comprometa o desempenho de uma das principais locomotivas da economia do país.
Com informações de iG Carros