A União Europeia sinalizou uma mudança de rota na meta que prevê o fim das vendas de veículos novos movidos exclusivamente a combustão em 2035. Segundo reportagens da agência Reuters, parlamentares do maior bloco político do Parlamento Europeu consideram que o banimento total, aprovado em 2022, tornou-se economicamente arriscado e pode comprometer a competitividade industrial do continente.
A pressão por revisão ganhou força após a mobilização de ao menos sete Estados-membros, entre eles Alemanha, Itália e Polônia, que solicitaram formalmente à Comissão Europeia a reavaliação ou mesmo a suspensão do veto. Os governos alegam que a eletrificação completa em tão curto prazo encareceria veículos, eliminaria postos de trabalho e deixaria as montadoras europeias em desvantagem diante de fabricantes chineses, já posicionados em elétricos de baixo custo.
Híbridos ganham espaço no debate
De acordo com a Automotive News Europe, autoridades discutem permitir que híbridos de alta eficiência façam parte das metas climáticas. Alguns modelos desse segmento já alcançam reduções de emissões superiores a 90%, índice próximo ao patamar em exame para 2035. Com isso, o bloco pode substituir a exigência de “emissões zero” por limites máximos de CO₂.
Adoção lenta dos elétricos preocupa
O ritmo de expansão da infraestrutura de recarga e os preços ainda elevados dos elétricos freiam a demanda em vários países. A Reuters destaca que montadoras tradicionais enfrentam custos consideráveis para adaptar fábricas e que metas rígidas, sem flexibilização, poderiam favorecer concorrentes estrangeiros.
Críticas de ambientalistas
Organizações ambientalistas alertam que qualquer afrouxamento põe em risco o plano de descarbonização do transporte, um dos setores que mais emitem CO₂ na Europa. Para elas, metas ambiciosas são essenciais para direcionar investimentos ao mercado de veículos elétricos.
Imagem: estes e pelo universo automotivo
O texto definitivo com a nova proposta ainda não foi apresentado. A expectativa é que a Comissão Europeia adote uma política de transição que permita a coexistência de tecnologias como híbridos, motores a combustão de última geração e combustíveis renováveis.
Com informações de iG Carros