Olá, entusiastas do automobilismo! Hoje vamos explorar um veículo que, apesar de sua originalidade e charme, permanece desconhecido para muitos: o Emis Art. Este mini carro, que se destacou na era dos veículos fora de série, é um verdadeiro tesouro para os amantes de carros antigos. Vamos mergulhar na história e nas características deste modelo único.
O Contexto Histórico do Emis Art
Entre 1976 e 1990, o Brasil viveu um período de proibição de importações, o que limitou o mercado automotivo às produções das quatro grandes montadoras da época: Volkswagen, Chevrolet, Ford e a recém-chegada Fiat. Este cenário abriu espaço para o surgimento de diversos fabricantes de veículos fora de série, que buscavam suprir a demanda por modelos diferenciados. Foi nesse contexto que surgiu a Emis, uma empresa que se destacou com o lançamento do Emis Art.
As Origens da Emis
A história da Emis remonta ao final da década de 1970, quando a empresa começou a produzir um triciclo com motor Volkswagen. Em 1980, Eduardo de Miranda Santos fundou a Emis Indústria e Comércio de Veículos Limitada no Rio de Janeiro. A sigla “Emis” foi criada a partir das iniciais de seu nome. A partir daí, a empresa iniciou o projeto de um buggy que, apesar de seu estilo convencional, apresentava uma aparência moderna e diferenciada.
O Lançamento do Emis Art
Em 1986, a Emis lançou o Emis Art, um projeto assinado por Alfredo Soares Veiga e Eduardo de Miranda Santos. O carro ganhou notoriedade ao ser utilizado na novela “Cambalacho” da TV Globo, o que ajudou a alavancar sua popularidade. O Emis Art era baseado em um chassi próprio tipo espinha dorsal e reunia peças de diversas marcas, como o para-brisa, portas e vidros laterais do Chevette, e o vidro traseiro da Marajó. As lanternas traseiras eram da Fiat Panorama, enquanto o restante das peças era da linha Volkswagen.
Características Técnicas do Emis Art
A carroceria do Emis Art era construída em fibra de vidro, o que a tornava imune à corrosão, um problema comum nas décadas de 1970 e 1980. O carro pesava apenas 730 quilos e era equipado com um motor 1600 de dupla carburação, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 13,9 segundos. Embora esse número possa parecer modesto hoje, na época, ele era apenas 0,5 segundos mais lento que o Escort XR3. O consumo de combustível também era impressionante para a época, com médias de 10,9 km/l na cidade e 13,17 km/l na estrada.
Desempenho e Estabilidade
O Emis Art se destacava não apenas pelo seu design, mas também pelo seu desempenho. A fusão de peças de diversas marcas não prejudicava a harmonia do desenho, e o carro apresentava uma estabilidade incomum para um veículo artesanal. O comportamento do Emis Art era neutro, com mínima rolagem da carroceria e uma leve tendência ao sobresterço em curvas de alta velocidade. A suspensão rígida contribuía para essa estabilidade, embora comprometesse um pouco o conforto.
Limitações e Desafios
Apesar de suas qualidades, o Emis Art tinha algumas limitações. Uma delas era a ausência de porta-malas, já que o espaço sob o capô dianteiro era destinado apenas à bateria e ao estepe. A solução para levar bagagem era utilizar o espaço traseiro atrás dos bancos, mas isso não era ideal para viagens longas devido ao ruído do motor, que era agravado pelo escapamento de buggy.
O Alto Preço e a Exclusividade
O Emis Art tinha tudo para ser um sucesso, mas seu alto preço foi um grande obstáculo. O carro custava o mesmo que modelos esportivos como o Escort XR3 e o Passat Pointer, o que reduziu significativamente sua base de compradores. Como resultado, apenas 153 unidades do Emis Art foram produzidas, tornando-o um carro extremamente raro e desconhecido pela maioria dos entusiastas de carros antigos.
Conclusão
O Emis Art é um exemplo fascinante de um veículo fora de série que, apesar de suas qualidades, não conseguiu se popularizar devido ao seu alto custo. Hoje, ele é um verdadeiro tesouro para colecionadores e entusiastas de carros antigos, que apreciam sua exclusividade e design único.