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Bomba no Setor! Taxação Faz GM e Stellantis Perderem Fortunas!

    A nova taxação imposta pelo governo brasileiro aos veículos eletrificados e aos componentes importados caiu como uma bomba sobre as montadoras instaladas no país. Em poucas semanas, Stellantis e General Motors divulgaram balanços que revelam perdas somadas de mais de R$ 6 bilhões somente no mercado local, alarmando investidores e consumidores.

    Neste artigo, você entenderá a lógica da medida, seus impactos operacionais e estratégicos, e as possíveis saídas para um setor que precisa, ao mesmo tempo, inovar e manter competitividade. Ao final, você terá uma visão clara sobre por que os números se deterioraram tão rapidamente e como a cadeia automotiva pode responder a um cenário de tributação mais agressivo.

    Panorama da Nova Taxação e Seus Objetivos Governamentais

    O que mudou na legislação

    Até novembro de 2023, veículos híbridos e elétricos gozavam de alíquota reduzida de Imposto de Importação — em alguns casos, zero. A partir de 1º de janeiro de 2024, a tarifa-base subiu para 10 % e ganhará escalonamentos trimestrais até atingir 35 % em 2026. O IPI para modelos acima de R$ 250 mil também avançou cinco pontos percentuais. Na prática, o custo de entrada de um SUV 100 % elétrico saltou cerca de R$ 32 mil.

    Impactos esperados pela equipe econômica

    O Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, projeta arrecadar R$ 3,8 bilhões/ano, justificando que o incentivo zero estimulava importações principalmente da China, sem contrapartida produtiva local. Além disso, a medida é vista como instrumento para pressionar montadoras a instalar plantas de baterias ou linhas de montagem de veículos “verdes”.

    Caixa de destaque 1 — Essência da nova regra: alíquota sobe gradualmente; quem produzir bateria ou powertrain no Brasil ganha desconto de 70 % no imposto.

    A Situação Financeira de Stellantis e GM em 2023-2024

    Resultados globais vs. realidade brasileira

    Globalmente, Stellantis registrou lucro líquido de € 16,8 bilhões em 2023, enquanto a GM fechou com US$ 9,9 bilhões. No Brasil, porém, ambos amargaram prejuízos: Stellantis –R$ 2,5 bi e GM –R$ 3,6 bi, segundo demonstrações enviadas à CVM. O peso da nova taxação respondeu por 42 % da deterioração, somando-se a câmbio desvalorizado e queda de 11 % nas vendas de hatch compactos.

    Reflexos imediatos nas operações locais

    Com margens comprimidas, a Stellantis colocou 1.200 trabalhadores em lay-off temporário em Betim (MG), e a GM anunciou férias coletivas em Gravataí (RS). Concessionárias relatam remarcação automática de preços: o Chevrolet Bolt, que custava R$ 279 mil em dezembro, foi a R$ 309 mil.

    Análise de Competitividade: Montadoras Tradicionais vs. Novos Entrantes Chineses

    Modelos elétricos e tarifas diferenciadas

    BYD, GWM e Chery ganharam espaço com importações de alto volume e preços agressivos, amparadas na taxa zero de até 2023. Com a nova taxação, as chinesas também foram afetadas, mas possuem margem para absorver parte da alta graças a escala global e subsídios do governo de Pequim. Já as montadoras tradicionais, que dependem mais da margem no Brasil para financiar fábricas locais, sentiram impacto proporcionalmente maior.

    Estratégias de preço e marketing

    Enquanto Stellantis elevou preços em 7 %, BYD subiu apenas 3 %, utilizando câmbio futuro e hedge de metais críticos como lítio. Em campanhas publicitárias, a empresa chinesa reforçou o argumento “custo total de propriedade” para convencer o cliente de que o elétrico ainda compensa.

    Segmento Preço médio antes (R$) Preço médio após (R$)
    Hatch 1.0 flex 71.900 74.200
    SUV compacto turbo 132.500 140.900
    PIC elétrico pequeno 219.000 245.800
    SUV elétrico médio 289.000 317.600
    Picape média diesel 242.300 246.900
    Sedan premium híbrido 356.800 373.400
    Caixa de destaque 2 — Leitura da tabela: a elevação percentual mais dramática está em elétricos puros, com variação média de 12,3 %, refletindo a retirada total dos incentivos.

    Custos de Produção e Cadeia de Suprimentos

    Aço, semicondutores e câmbio

    A última década marcou queda de 18 % nos custos de aço globalmente, mas o Brasil não acompanhou: o insumo subiu 9 % em reais no acumulado 2023-2024. Paralelamente, a crise de semicondutores ainda restringe linhas de montagem. Isso faz com que, mesmo antes da nova taxação, o custo marginal de produção já estivesse pressionado. O dólar no patamar de R$ 5,10 toda semana amplia despesas com peças eletrônicas importadas.

    Logística e dependência estrangeira

    Stellantis importa 62 % dos componentes dos seus veículos elétricos; na GM, esse índice é 58 %. Cada ponto porcentual de aumento de imposto nos itens vindos da Ásia representa R$ 100 milhões anuais de custo adicional para a montadora média. Portanto, para manter o break-even, as empresas enfrentam duas opções: repassar preços ou cortar atividades locais.

    “O grande desafio passa a ser a nacionalização de componentes de alto valor agregado, como baterias e inversores. Sem isso, qualquer vantagem de escala se perde quando se eleva a tarifa.” — Fernando Trigueiro, professor de Engenharia Automotiva da USP

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    Consequências para o Consumidor e a Rede de Concessionárias

    Preços ao consumidor e demanda reprimida

    A Fenabrave estima redução de 6 % no volume total de vendas em 2024, revertendo a leve recuperação de 2022. O consumidor médio adia a troca do carro na expectativa de incentivos regionais ou queda de juros. Já em elétricos, as vendas caíram 14 % no primeiro trimestre, apesar de crédito do Banco do Brasil com taxa de 1,79 % a.m.

    Pós-venda e valor de revenda

    A valorização de usados surpreendeu: o Chevrolet Bolt 2022, que valia R$ 180 mil em setembro/23, chegou a R$ 207 mil em março/24. Isso cria oportunidade para lojistas, porém acende alerta: se o mercado secundário absorver somente parte da frota, a liquidez futura desses modelos fica comprometida.

    • Prazo de entrega de peças aumentou 27 dias em média
    • Seguro para elétricos subiu 18 % pela alta de reposição
    • Concessionárias reduziram estoques para 28 dias
    • Programas de fidelidade focam manutenção preventiva
    • Clientes reclamam da escassez de carregadores rápidos

    Perspectivas e Estratégias para Reverter o Jogo

    Investimentos em eletrificação local

    Stellantis anunciou R$ 14 bilhões em cinco anos para produzir powertrains híbridos em Goiana (PE). A GM, por sua vez, negocia com a Panasonic a abertura de uma planta de baterias em Sorocaba (SP). Tais iniciativas podem gerar crédito tributário que neutralize parte da nova taxação.

    Acordos com fornecedores e políticas regionais

    Governos estaduais avançam com incentivos complementares. Minas Gerais, por exemplo, concede ICMS de 2 % para fornecedores de cátodos de lítio na cidade de Divinópolis. A ideia é criar “clusters” que barateiem a conta final da eletrificação.

    1. Mapear componentes críticos sujeitos a tarifa cheia
    2. Negociar PPB (Processo Produtivo Básico) para obter redução
    3. Fazer hedge cambial de longo prazo
    4. Implementar manufatura enxuta para diminuir desperdícios
    5. Criar programas de “car sharing” interno para testes de frota
    6. Capacitar mão de obra para montagem de baterias sólidas
    7. Lobby junto ao Congresso por incentivos de P&D
    Caixa de destaque 3 — Sinais de reação: Ford e Hyundai, mesmo não citadas nos prejuízos, já testam produção de híbridos leves locais para fugir da tributação integral até 2025.

    O Papel da Política Industrial e Incentivos Fiscais

    Do Inovar-Auto ao Mover

    O programa Inovar-Auto (2013-2017) gerou controvérsias no OMC, mas estimulou R$ 67 bi em investimentos. O recém-lançado Mover (Mobilidade Verde) propõe reservar R$ 19 bi em créditos de IPI durante 2024-2028, condicionados à eficiência energética e conteúdo local. Se bem articulado, o Mover pode amortecer a nova taxação, mas demanda rapidez: as matrizes globais decidem aportes com 3-4 anos de antecedência.

    Transição energética inclusiva

    Países como Índia e Tailândia oficializaram “zonas francas de baterias”. O Brasil poderia imitar o modelo em Manaus ou no Porto de Suape, criando corredor logístico que diminua frete e emissões. Sem um plano coordenado, a conta continuará pesando, e novas perdas bilionárias podem surgir.

    FAQ – Perguntas Frequentes Sobre a Nova Taxação

    1. A nova taxação afeta somente veículos elétricos?

    Não. Embora o ajuste seja mais forte sobre elétricos e híbridos, componentes importados para modelos a combustão também sofreram acréscimo de alíquota, elevando o preço final.

    2. Há chance de revogação ou redução das tarifas?

    Até o momento, o governo sinaliza que a medida é estrutural. Contudo, setores negociam exceções para peças sem similar nacional.

    3. Quem comprar um carro elétrico em 2024 terá abatimento no IPVA?

    Alguns estados — SP, SE, PR — mantêm alíquota zero ou redução de 50 % para elétricos. A política é estadual, independentemente da taxação federal.

    4. Qual o impacto ambiental da medida?

    Críticos alegam que a taxação pode retardar a adoção de veículos de baixa emissão, comprometendo metas climáticas. O governo aposta que produção local compensará essa lacuna.

    5. O que muda para quem já possui um elétrico?

    Peças de reposição podem ficar mais caras, pois muitas são importadas. Por outro lado, o valor de revenda tende a subir pela menor oferta de novos modelos.

    6. As montadoras podem sair do país?

    É improvável no curto prazo, pois o mercado interno ainda é grande. Porém, novas expansões ou plataformas inéditas podem ser levadas a outros países se o ambiente não melhorar.

    7. Concessionárias independentes sofrerão mais?

    Sim. Sem o respaldo direto das montadoras, elas têm menos margem para absorver custos extras ou negociar prazos de pagamento.

    8. Como o consumidor pode se proteger?

    Pesquise juros subsidiados, avalie o TCO (Total Cost of Ownership) e considere veículos seminovos com garantia remanescente.

    Conclusão

    Principais aprendizados deste artigo:

    • A nova taxação adicionou 10 % a 35 % de impostos sobre eletrificados e partes importadas.
    • Stellantis e GM já reportam prejuízos bilionários, refletindo margens comprimidas.
    • Montadoras chinesas mantêm competitividade, mas também sentirão o peso à medida que a alíquota escala.
    • Consumidores experimentam alta de preços e menor disponibilidade de peças.
    • A nacionalização de baterias e powertrains surge como saída estratégica.

    O cenário é desafiador, porém repleto de oportunidades para inovação e política industrial inteligente. Se você é entusiasta, profissional da área ou apenas quer entender a dinâmica de preços, fique atento às atualizações. Inscreva-se no canal Wanderson Luís Dicas Automotivas e acompanhe os próximos vídeos que destrincham cada movimento do mercado. Compartilhe este artigo com sua rede e participe do debate que definirá o futuro da mobilidade no Brasil.

    Créditos: análise baseada no vídeo “NOVA TAXAÇÃO FEZ STELANTIS E GM TOMAR PREJUÍZOS BILHONARIOS” – Canal Wanderson luis dicas automotivas.

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