Heidelberg, no sudoeste da Alemanha, iniciou nesta semana o teste de um veículo autônomo dedicado a fiscalizar vagas de estacionamento. Chamado de Cityscanner, o robô foi desenvolvido pela empresa DCX Innovationis, de Regensburg, e promete analisar até 1.500 automóveis por hora usando câmeras, sensores lidar e inteligência artificial.
Circulando pelas ruas a 25 quadros por segundo, o sistema registra imagens das placas, verifica se o carro ocupa vaga regular, bloqueia ciclovias ou invade faixas de incêndio. Caso seja detectada irregularidade, o material segue para conferência de um agente humano antes da emissão da multa, prevenindo equívocos com veículos autorizados ou isentos.
Eficiência seis vezes maior que a de um fiscal
Segundo dados divulgados pela imprensa alemã, o Cityscanner alcança eficiência até 600% superior à de um fiscal de rua tradicional. Para aumentar a precisão, o robô percorre cada trajeto duas vezes e é integrado a aplicativos de estacionamento como Easypark e Parkster, que fornecem informações adicionais em tempo real.
Legislação inédita habilita a operação
A estreia do robô em Heidelberg só foi possível após nova legislação aprovada no estado de Baden-Württemberg, que libera tecnologias automatizadas para fiscalização de trânsito. O objetivo das autoridades locais é educar motoristas, motivo pelo qual o veículo circula com sinalização visível a fim de desencorajar infrações antes mesmo de multar.
Custos elevados e preocupação com dados
Cada unidade do Cityscanner custa cerca de 130 mil euros, valor que não inclui licenças de software. A fabricante afirma que não armazena rostos nem placas de veículos estacionados de forma regular e garante que apenas órgãos competentes podem acessar as imagens dos infratores.
Imagem: Internet
Ainda assim, organizações de defesa da privacidade temem a expansão da vigilância urbana baseada em IA. Polônia, França e Holanda já utilizam soluções similares, sinalizando que a automação na fiscalização de trânsito deve avançar rapidamente na Europa.
Enquanto grandes centros investem em tecnologia, cidades menores seguem com métodos tradicionais. O desempenho do Cityscanner em Heidelberg poderá definir a velocidade dessa transição.
Com informações de Notícias Automotivas